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Noite interrompida

O dentista também pode ajudar na qualidade do sono de seus pacientes

 

Mais do que um barulho que atrapalha o sono dos companheiros de quarto, o ronco pode denunciar que algo não anda bem com a passagem do ar pelas vias aéreas superiores. Quando o ar entra com dificuldade e a respiração é forçada através dos tecidos, acontece o ronco. E quando essa passagem de ar fica totalmente obstruída, não permitindo que o ar entre por pelo menos dez segundos, acontece a apnéia obstrutiva do sono. Isso é um pouco mais sério e pode provocar desde sonolência durante o dia, dor de cabeça, dificuldade de memorização, depressão, impotência sexual, hipertensão arterial e pulmonar, até infarto do miocárdio e acidente vásculo-cerebral.

As causas desse problema podem ser muitas, entre elas: obstrução da faringe, adenóides aumentadas, defeitos anatômicos, fatores genéticos, hipotireoidismo, flacidez muscular na região, obesidade, envelhecimento, uso de álcool ou cigarro e sedativos que deixam a musculatura excessivamente relaxada.

 

Diagnóstico e tratamento

Para fazer o diagnóstico é necessário um exame clínico que analise a qualidade e tamanho das amídalas, a musculatura da região da úvula (aquela bolinha no fundo da garganta conhecida como campainha), vias aéreas, base da língua e orofaringe. Além disso, um exame feito com a pessoa dormindo, a polissonografia, ajuda a classificar a apnéia de acordo com o número de paradas respiratórias que acontecem por hora de sono.

O tratamento é variado e depende de cada caso, podendo envolver a necessidade inclusive de cirurgias. Entretanto, aparelhos e placa intra-oral confeccionados por dentistas especializados, podem melhorar ou ser a solução para o problema.

A ortodontia preventiva pode fazer muito por crianças em fase de crescimento no sentido de expandir o céu da boca (em respiradores bucais o céu da boca costuma ser bem mais fechado) com aparelhos relativamente simples. Para adultos, a função da placa feita em resina acrílica e colocada sobre os dentes é desobstruir o caminho de entrada do ar.

O projeto de doutorado do odontólogo Eduardo Rollo Duarte, da Universidade de São Paulo, USP, desenvolveu um tipo de placa intra-oral para ser usada á noite que mostrou diminuir a apnéia e o ronco. Dentre os indivíduos que usaram a placa, 93% tiveram uma melhora de 77% na freqüência da apnéia após um ano.

Duarte enfatiza que o uso da placa só é eficaz quando associado a um tratamento multidisciplinar do distúrbio do sono, que deve ser realizado por uma equipe formada por médicos e dentistas da área.

É bom lembrar que próteses totais ou parciais devem ser removidas da boca antes de dormir, para garantir o descanso de toda a mucosa, facilitar a entrada do ar e evitar asfixia no caso de ela se soltar ao roncar e obstruir a garganta.

A pessoa que tem uma boa noite de sono com oxigenação suficiente dos tecidos, devido á respiração adequada, acorda descansada e mais disposta para o trabalho. Conte com o seu dentista para ajudar a diagnosticar, tratar ou fazer o encaminhamento para os profissionais certos em cada caso.

 

Fonte: Revista Vida e Saúde – edição de Fevereiro/2009


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